Quando eu tinha vinte e poucos anos, achava que tudo girava em torno daquele tempo. O tempo presente. Eu tinha a sensação (quase uma certeza) de que as coisas não tinham a mesma graça, ou faziam o mesmo sentido depois dos trinta. Era como se as emoções só fossem vivas e intensas durante um período que eu julgava ser a “juventude”. Havia em mim uma pressa em ser feliz, um espírito missionário de “consertar” pessoas e coisas, e fazer as minhas escolhas darem certo a qualquer custo. E com essa determinação eu me achava capaz de transformar tudo o que considerava aquém das minhas expectativas (ai, como eu era “sofredora”).
Até que os anos passam, voam, e o tempo presente continua a nos parecer insuperável, o momento ideal para sermos felizes e realizarmos os sonhos de agora, mais sólidos ao nosso “olhar maduro”. Deixamos de gastar energia com coisas que passamos a considerar pouco importantes. Aprendemos sobre a nossa incapacidade de mudar o que não depende exclusivamente de nós, e paramos com esse propósito. Aceitamos ou deixamos de lado, as tais coisinhas. Simples! E, o melhor de tudo, é que enxergamos o real valor de cada uma delas. Em síntese, é muito mais fácil ser feliz depois dos trinta! Dos quarenta... (a não ser que estejamos mortos em vida).