Sinto-o partir a cada dia, pouco a pouco. Tão breve, que mal posso detê-lo. Sei que logo irá para sempre, deixando lembranças de um tempo feliz. É mais um que se vai, como outros tantos. Talvez eu não o esqueça nunca. Decerto, sentirei alguma nostalgia. Nem que seja na despedida, pois não sou de pedra. Mas, até já me pego pensando no outro. O que está por vir.

Haverá de ser igualmente bom, ou melhor. E chegará tão logo ele se vá. Trazendo amor, harmonia e novas oportunidades de aprendizado e realização. Obrigada, dois mil e nove. Sou grata a Deus. Adeus...



Quando eu tinha vinte e poucos anos, achava que tudo girava em torno daquele tempo. O tempo presente. Eu tinha a sensação (quase uma certeza) de que as coisas não tinham a mesma graça, ou faziam o mesmo sentido depois dos trinta. Era como se as emoções só fossem vivas e intensas durante um período que eu julgava ser a “juventude”. Havia em mim uma pressa em ser feliz, um espírito missionário de “consertar” pessoas e coisas, e fazer as minhas escolhas darem certo a qualquer custo. E com essa determinação eu me achava capaz de transformar tudo o que considerava aquém das minhas expectativas (ai, como eu era “sofredora”).

Até que os anos passam, voam, e o tempo presente continua a nos parecer insuperável, o momento ideal para sermos felizes e realizarmos os sonhos de agora, mais sólidos ao nosso “olhar maduro”. Deixamos de gastar energia com coisas que passamos a considerar pouco importantes. Aprendemos sobre a nossa incapacidade de mudar o que não depende exclusivamente de nós, e paramos com esse propósito. Aceitamos ou deixamos de lado, as tais coisinhas. Simples! E, o melhor de tudo, é que enxergamos o real valor de cada uma delas. Em síntese, é muito mais fácil ser feliz depois dos trinta! Dos quarenta... (a não ser que estejamos mortos em vida).